Conte a Sua História – Março

Há mais de 20 anos no ramo elétrico, CARLOS Jose Moreira FONSECA, 52 anos, hoje como Encarregado de Turma Linha Morta na Construção Baixada nos impactou com o seu relato.

Antes de ingressar em sua carreira profissional, ele ajudava na fazenda de seu pai a cultivar tomates, até que um dia recebeu uma oportunidade de realizar o curso de eletrotécnica pelo SENAI. Ao concluir o curso, recebeu uma proposta de emprego.

Com esta oportunidade conseguiu demonstrar toda a sua capacidade e resiliência para desenvolver habilidades e destacar-se pela sua proatividade e perfil de liderança, até que um colega de trabalho disse: “Você não vai conseguir chegar em lugar nenhum pela sua idade”. Após esta fala, sentiu-se desestimulado e desacreditado de continuar na profissão, e seu Encarregado da época percebeu seu desânimo, fazendo questão de incentivá-lo ao identificar seu potencial. Mediante ao novo desafio proposto, Carlos evoluiu profissionalmente ganhando cada vez mais espaço e reconhecimento pelos seus gestores e supervisores. Após 4 anos de desenvolvimento e experiência adquirida, Carlos foi convocado em seu dia de folga para um serviço de Linha Morta na qual iria realizar substituição da rede antiga para o posicionamento de uma nova rede de média tensão. Carlos colocou sua escada para remover a antiga rede da companhia, ao retirar parte da rede de média tensão (MT) 25kV, fase A e fase C, o poste da companhia cedeu um pouco, pois o terreno era umedecido. Entretanto, para evitar a queda imediata do poste, tentou puxar a parte da rede que sai do poste para o do cliente (estai) para tencionar a rede e tentar equilibrar o poste. Após concluir essa manobra, ele decidiu retirar a fase B, e, ao finalizar a retirada, o poste veio a ceder novamente, desta vez vindo ao chão.  Carlos estava do lado oposto do poste em queda livre, e com o impacto sofreu um movimento de “chicote” chocando seu rosto e o corpo ao chão juntos ao poste. 

Carlos foi socorrido de imediato pelos seus colegas de trabalho e sendo assistido pelos bombeiros que conduziram ao Hospital Estadual Adão Pereira Nunes. No mesmo, realizou exames complementares e foi diagnosticado com fraturas no rosto e várias partes do corpo. Sua internação durou em torno de dois meses, incluindo cirurgias reparadoras para reconstrução de sua face para voltar a ter sua vida normal novamente. Após este evento acidental, Carlos pode concluir: “A importância da evolução de procedimentos, normativas, o planejamento de execução de serviço junto a equipe, a implementação da linha de vida, reforço ao uso dos EPI’s e a utilização do direito de recusa, pois poderia ter sido recusado este serviço por conta do tipo de terreno umedecido, estes foram elementos fundamentais para que hoje pudesse ter um trabalho seguro e voltar para a família todos os dias”